sexta-feira, 4 de abril de 2014

O CULTO A ÁRVORE - parte 2



O "T" GRAVADO EM PEDRA
O símbolo da árvore, a letra "T", encontra-se esculpido nas pirâmides, demonstrando o aspecto religioso que à ela corresponde e sua vinculação à existência humana.

Os maias de Palenque, Chiapas, México, realizam rituais em honra à "T". O templo "O Palácio" era um lugar sagrado onde este culto era sacramentado. Na parte sul da pirâmide, encontrava-se os chamados "subterrâneos", galerias que comunicam os Templos Sagrados ao Palácio, por intermédio de escadarias interiores, que saem pela frente meridional. Estas eram as galerias que eram utilizadas para os rituais. Aqui os iniciados veneravam o "T" como símbolo máximo, representante da Árvore Sagrada. O Palácio era adornado com figuras e hieróglifos. Nos degraus das escadas e nos muros internos pode-se visualizar algumas janelas na forma de "T".

O ESPÍRITO DA ÁRVORE

O homem maia, conjugou à Árvore com o Espírito ao proferir TEOL (TE=árvore; OL=espírito), reconhecendo deste modo que ela possuía vida e tinha sensibilidade, fato já comprovado pela ciência. Cabe observar que este povo tinha a plena convicção de que a árvore e o homem possuíam reações semelhantes. O ser humano, em maia é WUINIC, onde WUI significa TUBÉRCULO e NIC quer dizer COSMO. O homem seria portanto, um TUBÉRCULO CÓSMICO.

Da assimilação dos conceitos de sensibilidade das árvores deriva outro preceito lógico de que as plantas são projeções de energias inteligentes. Energias concomitantes tanto à árvore quanto ao homem, atribuindo assim, aos dois, virtudes semelhantes.


Esta civilização era esclarecida em relação à telepatia e hipnose e sabiam que eram unicamente projeção de energia, tanto que a chamavam de K'INAN (=Energia). Sendo a árvore semelhante aos seres humanos no que se refere ao OL-ESPÍRITO, portanto a planta poderia provocar através de sua energia ecos, visões, gritos, choros ou até provocar a presença de fantasmas. "Vivemos num mundo cercado de ecos e imagens que podem se materializar mediante nossa força mental", fala a sabedoria maia.

Bem, se a árvore possui sensibilidade e espírito, cortá-la é um procedimento cirúrgico, que deve ser feito com a maior consideração possível aos sentimentos dela. Quando um carvalho era derrubado, consideravam os celtas, soltava gritos e gemidos que podiam ser ouvidos a mais de um quilômetro de distância, que alguns ouvidos humanos atentos. Observações semelhantes foram registradas em muitas outras partes do mundo.

A CRUZ DA ÁRVORE

Um códice chamado atualmente como Fejervary Mayer. O nome correto deste códice seria UAHOM CHE, que os maias denominavam a CRUZ DA ÁRVORE e contém valores transcendentais. É notável perceber que muito antes da chegada dos conquistadores, esta representação para os maias já existia, mesmo sem ter tido qualquer contato com outras civilizações. E o mais importante ainda, reside no fato de aparecer uma expressão relativa à cruz como a da ÁRVORE redentora, aquela que nos desperta ou a árvore na qual despertamos a consciência.

A cruz também é simbolizada com a "T". Foi na cruz que o Salvador dos católicos foi crucificado. A Jesus Cristo, seus fiéis perguntavam: "Como devo amar a Deus?". Ele respondia: "Ama-me e amarás a Deus, porque que amando ao próximo estarás amando a Deus". Este é o IN LAK'ECH maia e que se cumpre porque TU ÉS EU E EU SOU TU. E, continuando, também diziam que DEUS ESTÁ EM NÓS E NÓS ESTAMOS NELE. A Bíblia comprova tais ponderações ao manifestar que Deus nos fez a sua imagem e semelhança.

Como podemos observar, a criação do homem, a Árvore e o Sagrado permanecem entrelaçados desde o princípio dos tempos.
Quando nossos ancestrais maias vincularam o homem à árvore, não o faziam por mera especulação, mas sim por perseguir a verdade. E se subsistimos através dos vegetais, eles também nos servem de remédio, consolo e abrigo. Seria impossível enumerar todas as virtudes protetoras das plantas. Elas são companheiras e amigas valiosas, que auxiliam o homem a preservar sua vida e confortam sua existência.

O homem hoje, se faz conhecer através do uso excessivo da razão e da ciência, perdendo a noção do mítico e do sagrado. Por ser tão racional, considera-se superior a qualquer expressão da criação e acha que detêm o domínio sobre todas elas. Ao assumir esta soberania, se desvincula das coisas simples que fazem parte de nosso universo real, esquecendo-se que é importante harmonizar-se e co-participar do universo. Pelo esquecimento de pontos sagrados e cruciais, é que padecemos hoje com a extinção de várias espécies, com o efeito estufa (desmatamento), vazio existencial, etc.

Devemos nos re-conectar com Universo e com a vida. É hora de demonstrarmos através da humildade que somos seres superiores. A reconstrução de uma ponte com os valores sagrados se faz necessário, para o nosso bem e para a preservação da humanidade.

Amor, Paz e Luz!
Rosane Volpatto
Bibliografia consultada
Segredos da Religião Maia - Hunbatz Men
Grandes Civilizações Desaparecidas - Guy Annequin

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