quinta-feira, 3 de abril de 2014

O CULTO A ÁRVORE- parte 1


"Quando uma ceiba morre, uma estrela se desprende do firmamento". Sabedoria Maia

ASPECTO ARQUETÍPICO
Quando em diferentes culturas, através da história encontramos objetos ou seres com similar significado e representação, estamos diante de um símbolo universal arquetípico. Tal caso ocorre com a árvore. Ela era sagrada tanto para os celtas, como para os indianos, entre os escandinavos e também para os maias. A Genesis fala da árvore como ciência da vida. Mas o que representa a árvore? Porque foi considerada sagrada por tantos povos distantes em tempo e espaço? Já saberemos a resposta.

A ÁRVORE SAGRADA
Ao estudarmos o mundo maia, ficamos perplexos com o grau de sabedoria alcançado por estes ancestrais. Através da observação e investigação dos fenômenos da natureza, chegaram a convicção que que eram parte deste todo e a adotaram como mestre e guia. Sua religião nasce assim, da própria natureza, pois só ela alimenta o físico, a mente e o espírito.

O homem maia identifica-se com a Árvore Sagrada, chamando-a de YAXCHE, que quer dizer "primeira árvore". YAXCHE é a ceiba (ou seiva). Isto ocorre em muitas religiões, entretanto o maia, coloca a árvore em primeiro lugar. A seguir vem o animal irracional e racional, pois segundo suas concepções, eles não existiriam sem os vegetais. Os ancestrais maias sentenciavam: "uma vez morta a última árvore, morto estará o ser humano ou animal irracional." Eles utilizavam a palavra BAALCHE para designar o ser humano, cujo significado é "Coisa da Árvore"

O culto do carvalho, ou do deus do carvalho, foi compartilhado com todos os povos da raça ariana da Europa. Gregos e italianos associavam a árvore ao seu deus supremo, Zeus, ou Júpiter, a divindade do céu, da chuva e do trovão. Zeus era o deus ao qual os gregos oravam regularmente para ter chuva. Nada mais natural, pois com freqüência ele habitava as montanhas onde as nuvens se juntam e o carvalho cresce. Na Acrópole, em Atenas, havia uma imagem da Terra orando a Zeus para que chovesse. E, em tempos de seca, os próprios atenenses imploravam:

Chuva, chuva, ó caro Zeus
Sobre as plantações de cereais
e sobre as planícies.

Na Itália antiga, todo o carvalho era dedicado a Júpiter, a versão italiana de Zeus e, no Capitólio romano, o deus era adorado não apenas como divindade do carvalho, mas também da chuva e do trovão.

Para os celtas da Gália, nada havia de mais sagrado do que o visco e o carvalho no qual este crescia. Escolhiam os bosques e os transformavam em Catedrais para a realização de celebrações solenes e nenhum rito era celebrado sem as folhas do carvalho. "Os celtas", diz um autor grego, "adoram Zeus e a imagem celta de Zeus é um alto carvalho".

Para os antigos germanos, a principal das árvores sacras era o carvalho, que era dedicada principalmente ao deus do trovão. Dônar ou Thunar, o equivalente do escandinavo Tor: um carvalho sagrado próximo de Geismar, em Hesse, era conhecido entre os pagãos pelo nome de carvalho de Júpiter (Robur Jovis), que em alemão antigo seria "Donares Eih", o carvalho de Dônar.

Assim, entre os antigos teutões, como entre os gregos e italianos, o deus do carvalho por associação também era o deus do trovão. Além disso, era considerado como grande força fertilizadora, que mandava a chuva e fazia com que a terra desse frutos.

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